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domingo, 15 de agosto de 2010

Socialista quer taxar fortuna, mas tem R$ 1,7 mi aplicado

Plínio de Arruda Sampaio faz campanha atacando o capitalismo, mas é um adepto da ciranda financeira e seria alvo da proposta do seu programa para taxar fortunas.

Com bens de R$ 2,14 milhões (segundo mais rico entre os presidenciáveis), Plínio registrou evolução patrimonial de 71,53% desde 2006, descontada a inflação.

Plínio não explicou a evolução patrimonial. Enviou nota em que diz: "Meu patrimônio está integralmente declarado à Receita Federal e à Justiça Eleitoral, público para todo o país, sem nenhum questionamento nos meus 60 anos de vida pública".

O candidato deixa quase 86% do que possui em aplicações financeiras remuneradas pelos altos juros pagos pelo governo para rolar a dívida pública. Plínio defende a suspensão do pagamento dos juros da dívida, o que afetaria suas finanças.

Três corretoras são responsáveis por cuidar de R$ 1,7 milhão aplicado. Duas são ligadas a grandes bancos, Itaú e Credit Suisse. A terceira é do ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, um dos formuladores econômicos do PSDB.

Plínio também tem dinheiro nos EUA. Guarda R$ 45.983,38 no Riggs Bank, fundado no século 19, até recentemente era um bastião do sistema financeiro norte-americano, mas recentemente foi alvo de denúncias de lavagem de dinheiro.

O recurso, segundo sua assessoria, refere-se à aposentadoria que recebe por ter sido diretor da FAO (órgão da ONU sobre alimentação). Fonte: Folha de São Paulo - 13 de agosto de 2010 

Comentário: Ele deve escrever um livro como ficar rico sendo comunista e socialista.

4 comentários:

  1. Quer dizer que a condição para ter ideais de esquerda é não ter dinheiro? Ademais, todos os cargos importantes pelos quais o candidato passou ao longo de seus 60 anos economicamente ativo, tendo deixado mais da metade de seu patrimônio em aplicações financeiras, conferem a compatibilidade com seu patrimônio. Afinal, não estamos em um país socialista e não é crime nem absurdo uma pessoa acumular esse montante por meio de trabalho proletariado. Pessoas que não vêem os fundamentos lógicos de matérias desse calão estão fadadas à não enxergar a hipocrisia em um plano de abstração muito superior, que lhes salta aos olhos mas não o enxergam.

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  2. Se você acha que estamos num país socialista, perdi referência o que é socialista? É muito fácil criticar o capitalismo, sendo socialista bem de vida. Não é mais fácil e coerente com a ideologia socialista, ele distribuir sua riqueza entre os pobres? É muito fácil distribuir ou repartir a riqueza de quem trabalha arduamente, paga impostos, etc. Na essência o socialismo distribui riqueza e propriedade de terceiros, essa é a realidade. Não é mais fácil começar com o  bem mais valia que  ele conseguiu no sistema capitalismo? Não é crime acumular riqueza no sistema capitalismo, mas é crime no sistema socialista, pois a distribuição de riqueza é equilibrada. Como se diz a pessoa comunga na igreja católica e idolatra o diabo. A pessoa tem ter coerência na sua ideologia  e nos bens materiais.
    Analisa a diferença entre o socialismo e capitalismo: Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de um sistema que visa a igualdade social e a passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, deveria-se passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma burocracia, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não existiria.
    Características do socialismo: Diferentemente do que ocorre no capitalismo, onde as desigualdades sociais são imensas, o socialismo é um modo de organização social no qual existe uma distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, com a finalidade de proporcionar a todos um modo de vida mais justo. 
     

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  3. Em nenhum momento eu disse que estamos num país socialista, veja que estamos falando dos ideais do candidato.
    Pra alguém se declarar socialista (ou pelo menos sensível ao socialismo) não é necessário distribuir todo seu patrimônio aos pobres em pleno capitalismo. Também não é hipocrisia ter dinheiro, do contrário todos seríamos hipócritas, já que não é possível sobreviver numa sociedade capitalista sem dinheiro.
    O candidato dar seu dinheiro aos pobres não implica o fato de ele não ter ideais socialistas. Além do mais, o fato de um particular cidadão distribuir suas riquezas nẽo é um passo objetivo rumo ao socialismo, uma vez que isso não muda em nada a qualidade de capitalista a sociedade, dos pontos de vista lógico e sociológico.
    Por último, não conheço nenhuma ideia marxista que pregue que todos os indivíduos (inclusive em meio uma sociedade socialista) distribuam todo seu patrimônio entre os demais, não dessa forma (repare que estamos falando de uma sociedade socialista, não comunista). Parece-me muito mais razoável a ideia de que haja uma convergência global na sociedade que elimine as discrepâncias, inicialmente, e as diferenças de quantidade de riqueza de tal modo que todos os indivíduos desfrutem de uma quantidade de riqueza, ao passo que essas diferenças diminuam e, idealmente, quando essas diferenças deixem de existir, satisfaça-se uma das condições para atingir o estágio do comunismo.

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  4. Se Plínio tem aplicações financeiras, ele está acumulando riquezas por meio de trabalho "proletariado", sim, DOS OUTROS. Afinal, quem leu um pouco de Marx sabe que as rendas geradas pelo capital financeiro (de que Plínio dispõe) são oriundas de parcelas de mais-valia extraídas de algum trabalhador em atividade.
    Plínio, como boa parte da ultra-esquerda existente, é apenas um pequeno hipócrita, só isso. Nada de espanto nisso, pois que socialistas não são santos (embora muitos gostem de se apresentar como tais).

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