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domingo, 17 de janeiro de 2010

Sebastián Piñera vence eleição no Chile


Candidato da oposição de centro-direita, Sebastián Piñera derrotou o governista Eduardo Frei e se elegeu presidente do Chile ao obter 51,61% dos votos, com 99% das urnas apuradas. A Concertación, coligação de Frei, estava no poder desde 1990, quando terminou a ditadura violenta do general Augusto Pinochet.
Os números têm como base a última parcial divulgada pelo Ministério do Interior, em que são reunidos os votos de 99,2% das 34.325 urnas montadas para o processo de hoje.
O coordenador da campanha de Piñera, Rodrigo Hinzpeter, agradeceu aos eleitores e, em uma mensagem de tom conciliador, expressou respeito aos chilenos que optaram por Frei.
"Respeitamos profundamente a opção destas pessoas e precisamos delas. Todos os que votaram em Eduardo Frei serão parte de nosso governo de unidade nacional", afirmou. "Neste governo há espaço para todos os que querem trabalhar e fazer do Chile um país mais justo e mais alegre. A partir de amanhã, somos todos irmãos chilenos", ressaltou Hinzpeter.
Reunido com as lideranças de sua campanha em Santiago, Frei já reconheceu a derrota e parabenizou o rival.
"A eleição terminou e os resultados deixam em evidência a solidez de nossa democracia. Foi uma eleição limpa e transparente, e a maioria dos chilenos deu seu apoio a Sebastián Piñera", disse ele, que já havia sido presidente entre 1994 e 2000.
Biografia
Um dos homens mais ricos e poderosos do Chile, o economista e empresário Miguel Juan Sebastián Piñera Echenique, 69, do partido da Renovação Nacional, nasceu em 1º de dezembro de 1949, em Santiago.
Com uma fortuna avaliada em US$ 1,2 bilhão pela Forbes, o centro-direitista é acionista majoritário da LAN Airlines --maior empresa aérea do Chile--, dono da rede de televisão Chilevisión, além de ser acionista e diretor do Colo Colo, clube de futebol mais popular do país. Por estes fatos, Piñera é costumeiramente comparado com o premiê italiano Silvio Berlusconi, embora o chileno refute essa associação.
Entre 1971 e 1990, enquanto crescia como empresário, Piñera foi professor de economia na Universidad de Chile, Pontificia Universidad Católica de Chile e Universidad Adolfo Ibáñez. Seu envolvimento com a política começou na década de 1970, quando era simpatizante do partido Democracia Cristã, fundado por seu pai, curiosamente a mesma legenda do seu rival nas atuais eleições.
Embora não fosse opositor do regime ditatorial de Pinochet, o centro-direitista apoiou a campanha do "não" para a continuação do governo do ditador no plebiscito de 1988. Nas eleições presidenciais de 1989, foi o chefe de campanha de Hernán Büchi, ministro de Pinochet e candidato da direita à sucessão. No mesmo ano, elegeu-se Senador pelo partido da Renovação Nacional, assumindo o cargo entre 1990 e 1998.
Em 2005, disputou pela primeira vez as eleições presidenciais, mas foi derrotado no segundo turno por Bachelet, que obteve 53,5% dos votos válidos, contra 46,5% de Piñera. Já em 2009, o direitista foi o mais votado no primeiro turno da eleição para presidente, com 44% dos votos, contra 29,6% de Frei, 20,13% do independente Marco Enríquez-Ominami e 6,21% de Jorge Arrate, candidato do Partido Comunista.
Apesar de sua ligação com antigos representantes do regime de Pinochet, Piñera prometeu que "não haverá nenhum ministro do governo militar". O candidato de centro-direita ponderou e disse também não ser "um delito nem um pecado ter colaborado de forma leal e honesta" com o regime de Pinochet, desde que não tenham sido cometidas violações aos direitos humanos".
Durante a campanha, as principais promessas de Piñera foram a criação de um milhão de empregos, o incentivo à iniciativa privada, o enfrentamento ao crime e ao narcotráfico e a melhoria dos sistemas de saúde e educação. O candidato da direita também se apoiou em um suposto desgaste da Concertación, que há 20 anos está no poder no Chile.
No último debate transmitido pela televisão, Piñera afirmou que se livrará de parte dos negócios: "já disse um milhão de vezes e volto a dizer: vou vender a LAN antes de assumir como presidente. A Chilevisión será transferida para uma fundação sem fins lucrativos, mas continuarei como acionista e diretor do Colo Colo", disse. Fonte: UOL Notícias-17/01/2010 

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