Comentário:
Lendo este artigo nota-se que a esquerda ou comunismo não mudou
quase nada, prevalecendo os chavões ideológicos desde a guerra fria. É o embate
entre a burguesia e o proletariado.
Hoje a esquerda utiliza armas mais refinadas para conquistar
o poder através da democracia, buscando a alteração da constituição
através da consulta popular ou plebiscitária, transformando-a numa
demo-ditadura. Se a constituição é contrária ao projeto proletariado muda‑se.
Parece-me um novo tipo de guerra social, muda-se o contexto de armamento com
pressão social popular que não tem nada a perder para que uma minoria possa
atingir seus objetivos e perpetuar no poder. Para a esquerda é necessário
a pobreza, pois é o novo exército social, sem armas, mas com muita pressão, com
seus generais postados em pontos estratégicos do governo, tais como; mídia,
ONG´s, políticos, etc. É a dialética na comunicação.
O pensamento do filósofo Herbert Marcuse encaixa muito
no pensamento da escola bolivariana; distinção entre as necessidades
falsas ( a elite da esquerda manipula) e as necessidades verídicas ( o que a
elite da esquerda oferece ao proletariado, mínimo necessário). As necessidades
falsas são determinadas por forças externas, a qual o indivíduo não possui
controle algum. Tais necessidades são produto de uma sociedade totalitária,
repressora dos pensamentos e comportamentos humanos. Por outro lado, as
necessidades verídicas representam a realização de todas as necessidades
vitais, reais, como ao alimento, roupa, teto.
Resumo do artigo
Apesar do golpe em Honduras ser mais um golpe dentre tantos
ocorridos na América Latina, ele ocorre num momento distinto: a ascensão do
bolivarianismo no continente, encabeçado pela Alternativa Bolivariana para as
Américas, tendo a maior expressão no governo da Venezuela; e o enfraquecimento
da política norte-americana para o continente, devido à crise mundial e ao
atoleiro no qual se tornaram as duas guerras no Oriente Médio. Nessa conjuntura
o fato é que toda a diplomacia internacional tem se manifestado contra o golpe
de Estado, apesar do imperialismo pressionar à negociação com os
golpistas.
Neste momento se faz importante uma análise sobre os fatos,
mostrando as semelhanças e diferenças do período anterior, para denunciar o
governo fascista de Micheletti e nos armar para a luta socialista e
internacionalista neste continente no próximo período.
O avançar no processo de lutas de classe nesse país e a crise
financeira mundial fazem com que Honduras se incorpore nesse grupo no dia 10 de
outubro de 2008. A partir da entrada na ALBA, a direita
golpista hondurenha passa a conspirar de maneira mais incisiva contra o governo
de Zelaya, ao mesmo tempo em que a ofensiva popular aumenta, exigindo uma
mudança institucional profunda de um sistema que privilegia apenas as
multinacionais e a oligarquia local. A resposta a essa batalha seria uma
reforma constitucional que garantisse os direitos do povo hondurenho e
radicalizasse a democracia.
Nossa posição deve ser de solidariedade internacional ao povo
hondurenho, com apoio incondicional ao movimento popular desse país. Devemos
fazer uma crítica contundente à elite golpista que governa a 500 anos aquele
Estado e condena o povo à pobreza e à repressão, e a crítica àqueles que,
embora condenem o golpe publicamente, aplicam uma política de frear os
movimentos populares em curso na América Latina atualmente. É importante nos
posicionarmos ao lado de governos progressistas como o da Venezuela, o da
Bolívia, o do Equador e de outros que se contraponham ao processo de negociação
com a oligarquia hondurenha, pois nessa nova aliança latino-americana se
demonstra a principal alternativa do movimento anti-liberal e anti-capitalista em nosso continente. Assim , a bancada parlamentar do PSOL e seus
militantes espalhados por todo o país deverão denunciar o regime opressor
imposto em Honduras, ao mesmo tempo que se colocar ao lado da Alternativa
Bolivariana a fim de destruir os golpistas sem ceder às negociações com o
imperialismo e a oligarquia local.
Por fim reiteramos a declaração do Seminário Internacional "Crise
do capitalismo, recolonização e alternativas populares" em La Paz ,
Bolívia: "NOSSO CHAMADO É A SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA MUNDIAL COM
NOSSO IRMÃO, O POVO HONDURENHO. TODOS E TODAS SOMOS HONDURENHOS. ESTAMOS EM PÉ DE GUERRA. NOS DECLARAMOS EM ESTADO DE
MOBILIZAÇÃO PERMANENTE. "
Artigo completo: http://port.pravda.ru/mundo/27584-0/
Fonte: Pravda - 26.07.2009
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