quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Homem, celular e a baleia

Homem não vê baleia que passou do seu lado porque estava enviando mensagens no celular

Concentrado em seu smartphone, um americano nem percebeu que uma baleia jubarte estava ao lado de seu barco na costa de Redondo Beach, no estado da Califórnia (EUA).
O fotógrafo americano Eric Smith capturou um desses incríveis momentos da vida perdidos por conta do vício em tecnologia. Ele flagrou uma linda baleia e seu filhote imergindo da água, em Redondo Beach, na Califórnia, ao lado de um rapaz que nem notou os animais porque estava digitando algo no celular.
Os enormes animais estavam a apenas um metro de distância do veleiro onde o homem estava sentado no convés, mas ele não viu as baleias.
Smith então publicou a imagem em seu Instagram, com a legenda: “Sinal dos tempos. Ei, cara! Pare de enviar mensagens. Há uma enorme baleia jubarte a um metro do seu barco!”.
O fotógrafo afirmou que tinha cinco fotos das baleias em volta do barco, mas o homem estava olhando para seu telefone em todas elas. Em entrevista à rede de TV “ABC News”, porém, o artista disse que preferiu não julgar o homem “desligado”. Fonte: O Globo - 06/02/2015  

Do homem no celular que não viu a baleia passar e o retrato de nossos tempos

Há alguns dias li uma curiosa matéria publicada no site O Globo sob o título: “Homem não vê baleia que passou do seu lado porque estava enviando mensagens no celular”.. De acordo com o texto, o rapaz em seu veleiro perdeu um verdadeiro espetáculo da natureza: uma enorme baleia jubarte passando a pouquíssimos metros da embarcação.
Confesso que quando passei o olhar ligeiramente sobre a chamada, pensei que devesse se tratar de apenas mais uma das diversas notícias duvidosas ou falaciosas que comumente circulam pelas redes sociais. Não era possível! Como um homem não poderia perceber uma visita nada discreta e tão rara?

Ao que tudo indica sim, é possível. A Aldeia Global de McLuhan parece realmente ter se esfacelada. Ou não: ao mesmo tempo em que parecemos estar todos mais próximos, seja por whatsapp, facebook, skype, sms, etc., paradoxalmente estamos nos afastando do momento presente e de tudo aquilo que acontece ao nosso redor. São os dois lados de uma mesma moeda, consequência da dinâmica de globalização tecnológica.
De fato, já podemos observar uma geração de jovens cada vez mais desinteressada e apática. Se por um lado testemunhamos uma era de co-presença virtual dos indivíduos, a era dos humanos ligados ao instante, por outro podemos observar o surgimento de um ser humano cada vez mais distante e indiferente, em outras palavras, insípido. Este novo ser está tão conectado (ao mundo online) que acaba por se desconectar de sua própria realidade concreta e palpável, acontecendo exatamente no seu entorno, a cada instante e minuto.

E o que pode acontecer em um minuto? Bem, em um minuto podem ser postadas 72 horas de vídeo no YouTube, enquanto 204 milhões de emails chegam aos seus destinatários e 350 GB de dados são recebidos pelos servidores do Facebook…ou pode passar uma baleia ao seu lado (se estiver em alto mar, é claro). De qualquer forma, estes foram os dados angariados pela Qmee, empresa de consultoria norte-americana, e diz respeito a uma parte do que acontece pela internet afora enquanto em um minuto um evento precioso pode passar despercebido.
E assim a vida transcorre de minuto a minuto. As informações coletadas nos revelam que estamos deixando a vida passar enquanto ficamos hipnotizados pelo visor e por uma exacerbada interação a distância. Não sei se foi exatamente esse o caso do rapaz que perdeu a chance extraordinária de experimentar a real sensação de estar lado a lado com um dos maiores animais do planeta.

Não há como tirar conclusões, muito menos julgar a atitude do homem no veleiro como certa ou errada. Mas faz pensar sobre as consequências da extrema conectividade que parece estar suplantando o interesse pelas coisas mais simples do mundo. E que mundo é esse que parece já não surtir tanta graciosidade sobre os nossos olhos, que buscamos tão fervorosamente escapar, distraindo-nos?
Reinventar a graça do mundo é reinventar o olhar, é abrir-se sensivelmente para a realidade que o cerca ao enxergá-la como se fosse pela primeira vez. Você poderá se surpreender!  Fonte: ContiOutra – 16 de fevereiro de 2015 - Texto de Grace Bender 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A superlua de sangue

Durante a noite de 20 a 21 de janeiro, ocorreu o primeiro eclipse total de 2019. O que foi visto em todo o mundo foi batizado como 'superlua de sangue de lobo'. Fonte: EL PAÍS-21 JAN 2019

A superlua vista sobre a cidade de Marina Del Rey, na Califórnia (EUA).
















A superlua de sangue vista ao lado do Cristo Redentor,
na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).
















A lua vista entre a Estátua da Liberdade
do Capitólio de Washington (EUA)

















Eclipse lunar visto do 'JK Memorial'
em Brasília (Brasil).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

sábado, 19 de janeiro de 2019

Adiemus -Carmina Slovenica

Adiemus ocupou a imaginação dos amantes da música em todo o mundo. Portanto, este trabalho musical foi um dos álbuns mais vendidoss e atingiu o topo da escala de música clássica e étnica.
A popular obra vocal e instrumental de Karl Jenkins, Adiemus, pertence a uma espécie de música sinfônica com um toque de música étnica. Definir Adiemus é a melhor maneira de denotá‑lo como uma música "new age" ou "progressiva".
Adiemus é formado por muitos tipos diferentes de melodias, harmonias distintas e repetições minimalistas de temas musicais, que Jenkins transformou em um trabalho coral expandido.

O coral Carmina Slovenica é conhecida por sua programação inovadora, que explora obras de vanguarda da cena musical contemporânea.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Hiperinflação na Venezuela em 2018

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, afirmou que o país fechou 2018 com uma inflação de 1.698.844,2%, número que confirma a grave crise e a espiral hiperinflacionária enfrentada há mais de um ano.
"Gostaríamos de dar boas notícias, infelizmente não pudemos. Fechamos o ano de 2018 com uma inflação que afeta o bolso dos venezuelanos em 1.698.488,2%", disse Rafael Guzmán, chefe da comissão de Finanças da Câmara.
Assim, o que em 1º de janeiro de 2018 custava 1 bolívar, custa atualmente 17 mil bolívares. De acordo com os parlamentares, o país fechou 2017 com uma inflação de 2.616%. Só durante o último mês de dezembro, o indicador alcançou a 141,75%, mais de 3% por dia.

Em 2018, os itens e serviços que mais subiram foram;
■alimentos (123%); transporte (167%);
■equipamentos domésticos (178%);
■e restaurantes e hotéis (197%).
"Estamos entre as três [inflações mais altas] da história do mundo, esse é o resultado de [políticas] de Miraflores [sede do governo], dos que usurpam o poder, dos que estão nos levando à tragédia que nós estamos vivendo no país", acrescentou Guzmán.

Com hiperinflação, venezuelanos fazem escambo para superar falta de dinheiro vivo

O chefe da comissão de Finanças também disse que a hiperinflação da Venezuela poderia ser explicada pela constante "monetização" do déficit fiscal por parte do Banco Central e pelo ataque ao cada vez mais frágil setor industrial do país. Além disso, Guzmán rejeitou a tese do governo de Nicolás Maduro de que o país saiu do processo de hiperinflação.
A Assembleia Nacional, que tinha projetado no final de 2018 que a inflação passaria os 2.000.000%, previu  uma taxa acima dos 10.000.000% para 2019, o que supera a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Há quase três anos, o Banco Central deixou de divulgar dados sobre a inflação no país. Essa função foi então assumida pela Assembleia Nacional, que apesar de eleita em 2015, na prática não tem conseguido exercer suas funções.
As decisões dos parlamentares não chegam a virar lei, e eles só se reúnem quando a Assembleia Nacional Constituinte – órgão plenipotenciário instalado por Maduro em 2017 e não reconhecido por potências estrangeiras – não está em sessão.

POBREZA
Além do problema político, a Venezuela enfrenta uma grave crise econômica. Atualmente, 87% da população venezuelana se encontra em situação de pobreza.
A falta de segurança, os baixos salários, os altos preços e a escassez de alimentos e medicamentos levou quase 3 milhões de venezuelanos a emigrarem desde 2015, especialmente, com destino aos vizinhos Brasil e Colômbia, mas também para Peru e Equador. Fonte: Deutsche Welle-09.01.2019

Katelyn Ohashi e o 10 perfeito na ginástica

A história da universitária que já competiu com Simone Biles e abandonou a carreira profissional
Não é a primeira vez que Katelyn Ohashi tira uma nota 10 redonda e absoluta em seus exercícios de ginástica artística defendendo a equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mas o que recebeu neste fim de semana no Collegiate Challenge (no qual participaram veteranos da UCLA e ex-aspirantes aos Jogos Olímpicos) atingiu um novo nível: tornou-se viral.
O exercício que realizou no sábado, com trilha sonora inspirada em Michael Jackson, fascinou e surpreendeu e possui um currículo impactante: este foi o quarto 10 perfeito que conseguiu em menos de um ano na equipe universitária a que pertence.

Ohashi, que na adolescência chegou a competir com a campeã olímpica e fenômeno da ginástica Simone Biles, tinha uma carreira promissora que a teria levado a viajar pelo mundo se uma lesão não a tivesse empurrado a tomar a decisão de abandonar a ginástica profissional. A ginasta do momento nasceu em Seattle (Washington) em 1997 e fez parte da seleção nacional entre 2009 e 2013. Uma época em que chegou a bater em várias ocasiões aquela que depois se tornou campeã olímpica. Uma operação no ombro em 2013, em plena época em que Biles e ela combatiam amistosamente, a afastou da carreira profissional como ginasta por mais de um ano.
Depois de dois anos de recuperação, em 2015 ela ingressou na equipe de ginástica artística da UCLA e agora, com 21 anos, é co‑campeã da Associação Nacional Esportiva Universitária nos exercícios de solo. Fonte: El País - 14 JAN 2019





segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Battisti chega à Itália após quase 40 anos foragido

O avião com o italiano Cesare Battisti chegou ao aeroporto de Ciampino, em Roma, nesta segunda-feira (14) às 8h40 pelo horário de Brasília. Ele desceu do avião escoltado por policiais e sem algemas. Battisti foi entregue pela polícia boliviana às autoridades da Itália na cidade de Santa Cruz de La Sierra, onde foi preso no último sábado (12).
Um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto de Roma para receber Battisti. Ele será levado para um presídio na periferia de Roma.  

O italiano de 64 anos, que integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi condenado à prisão perpétua em 1993 por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).
Ele afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição política.

Foram 37 anos de fuga permanente, com períodos de prisão e lutas político-judiciais para evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu país na década de 1980, viveu na França, no Brasil e, mais recentemente, havia se escondido na Bolívia.

O italiano chegou a conseguir refúgio no Brasil em 2009. Mas o status, concedido a ele pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi revisto em dezembro do ano passado, por Michel Temer, que autorizou sua extradição. A Polícia Federal fez mais de 30 operações para localizá‑lo, mas não teve sucesso.

POSSÍVEIS BENEFÍCIOS
Battisti ficará seis meses em regime de isolamento diurno em uma ala destinada a terroristas, de acordo com o jornal "La Repubblica".
Como os crimes foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na legislação italiana, ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos períodos se apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de pena.  Após ter cumprido 26 anos no cárcere, ele poderá obter liberdade condicional.
Como ele foi julgado à revelia (sem a presença do réu), a defesa também pode tentar um novo julgamento.

CRONOLOGIA DOS FATOS:

1979: Cesare Battisti é preso em Milão suspeito de assassinato de um joalheiro.

1981: Battisti é condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por "participação em grupo armado" e "ocultamento de armas". Ele foge da prisão de Frosinone, perto de Roma, e se refugia na França.

1982: Battisti foge para o México.

1985: o presidente francês François Mitterrand se compromete a não extraditar os ex-ativistas de extrema-esquerda italianos que rompessem com o passado, embora tenha excluído os que cometeram "crimes de sangue".

1990: Battisti volta para a França e começa a escrever romances policiais.

1991: a corte de apelações de Paris nega um pedido da Itália de extradição.

1993: a corte de apelações de Milão condena Battisti à prisão perpétua por quatro "homicídios agravados" praticados entre 1978 e 1979 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).

2001: Battisti pede naturalização francesa. Uma decisão favorável de julho de 2003 foi anulada em julho de 2004.

2002: Itália pede extradição de Battisti, em 20 de dezembro.

2003: pedido de naturalização francesa é concedido, em julho.

2004: decisão sobre naturalização francesa é anulada. Battisti é detido em Paris a pedido da justiça italiana. Intelectuais, artistas e personalidades políticas francesas protestam. É libertado, mas mantido sob vigilância. A câmara de instrução da corte de apelações de Paris se declara favorável à extradição. Battisti recorre. O italiano não se apresenta à polícia como exige o sistema de vigilância judicial, e passa para a clandestinidade. A promotoria expede ordem de detenção. O recurso de Battisti é rejeitado, e a extradição para a Itália torna-se definitiva. O primeiro-ministro francês Jean Pierre Raffarin assina o decreto de extradição; Battisti foge.

2005: o Conselho de Estado da França confirma a extradição. Os advogados de Battisti apresentam um recurso ante a Corte Europeia de Direitos Humanos contra o decreto de extradição.

2007: Battisti é preso no Rio de Janeiro. Ele é levado para a penitenciária da Papuda, em Brasília, para fins de extradição.

2009: o então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, concede status de refugiado político a Battisti, baseado no 'fundado temor de perseguição por opinião política', contrariando decisão do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O status não permite o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. Em fevereiro, o STF nega pedido de liminar do governo italiano contra a decisão de conceder refúgio a Battisti. Após a votação pela extradição, os ministros decidiram também pelo placar de 5 votos a 4 que a decisão final sobre a extradição caberia ao presidente Lula.

2010: ex-presidente Lula nega pedido de extradição.

2011: Battisti deixa a prisão na Papuda (DF) após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, por seis votos a três, manter a determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que negou o pedido de extradição de Battisti.

2012: Cesare Battisti pede a reabertura ao presidente italiano dos seus processos para ter "a possibilidade de se defender". No mesmo ano, ele participa da abertura do Fórum Social Temático, em Porto Alegre, e lança o livro “Ao pé do muro”, que escreveu no período em que esteve preso em Brasília.

2013: o Superior Tribunal de Justiça manteve a condenação do italiano por falsificação de documentos.

2014: Battisti dá entrevista ao programa Diálogos, de Mario Sergio Conti, na GloboNews, ele afirmou que nunca matou ninguém.

2017: Battisti tenta fugir para a Bolívia e é preso na fronteira. O governo italiano pede que o Brasil reconsidere a decisão de não extraditá-lo, mas a Justiça decide soltar Cesare Battisti.

2018: a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição. Um mês depois do pedido da PGR, o ministro Luiz Fux, mandou prender o italiano e abriu caminho para a extradição, no início de dezembro. Na decisão, o ministro autorizou a prisão, mas disse que caberia ao presidente extraditar ou não o italiano porque as decisões políticas não competem ao Judiciário. No dia seguinte da decisão de Fux, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição de Battisti. Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender Battisti. No final de dezembro, a PF já tinha feito mais de 30 operações

2019: Battisti é preso na Bolívia. De lá, ele foi enviado direta na tentativa de localizar o italiano. mente para a Itália, onde é aguardado pelas autoridades italianas. Fonte: G1-13 14 /01/2019