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domingo, 30 de julho de 2017

Custo do Poder Legislativo

Formado pelo Senado Federal e a Câmara de Deputados, o Poder Legislativo custa R$ 1,16 milhão por hora aos cidadãos brasileiros, em todos os 365 dias do ano. Essa é uma conclusão da organização não governamental (ONG) Contas Abertas, divulgada nesta semana. O custo inclui fins de semana, recessos parlamentares e as segundas e sextas-feiras, quando os parlamentares deixam a capital federal e retornam para suas bases eleitorais.

O VALOR TAMBÉM INCLUI O SALÁRIO DO PARLAMENTAR.
Cada deputado federal, por exemplo, recebe um salário bruto de R$ 33,7 mil.
Os 513 deputados federais custam, em média, R$ 86 milhões ao mês e um custo anual de R$ 1 bilhão.
Cada senador também tem um salário bruto de R$ 33,7 mil.

Segundo o fundador e secretário-geral da ONG, Gil Castello Branco, o levantamento dá ao cidadão "a dimensão exata de quanto custa nossa representação". "A democracia não tem preço, mas o nosso Congresso tem custos extremamente elevados. Ele tem uma péssima imagem junto à população e pode, sim, reduzir seus custos.

PRIVILÉGIOS
Cada parlamentar pode ter 25 assessores,
um senador pode ter 50, 60, inclusive no seu próprio escritório de representação.
Há privilégios e mordomias que podem ser contidos, diz Gil Castello Branco.

Branco reforça que os abusos, verificáveis em todos os Poderes, têm o aval do presidente Michel Temer. "O dado do orçamento deles está na Lei Orçamentária Anual [LOA], sancionada pelo presidente da república. Temos criticado os 60 dias de férias de membros do Judiciário, auxílios a magistrados, os benefícios fiscais, que precisam ser revistos. Quando se tem um déficit de R$ 139 bilhões e o orçamento da saúde é de R$ 125 bilhões, o natural é que se tente reduzir essas despesas em todos os Poderes. Deveria partir dos próprios titulares dos Poderes a tentativa de reduzir [esses gastos]".

No cálculo, foram incluídos os recessos parlamentares e finais de semana. A ONG decidiu quantificar ainda os gastos gerados nas segundas e sextas-feiras, quando não há sessões deliberativas ordinárias. Nesses dias, porém, o Senado e a Câmara continuam funcionando, porque podem ocorrer sessões de debates, solenidades e reuniões de suas comissões. Em seu site, a ONG destacou que, nesses períodos, "os parlamentares deixam a capital federal para fazer política em suas bases eleitorais".

OUTRO LADO
A Agência Brasil solicitou às duas Casas do Congresso que comentassem o levantamento. A Câmara dos Deputados escreveu que "desconhece o método utilizado" e que mensurações como o da entidade "levam a valores genéricos pouco elucidativos", já que, entre os gastos, há valores relativos à compra de bens duráveis com longa vida útil, que poderiam ser juntados na classe de investimento. Esses bens, portanto, não poderiam ser interpretados como sinais de exorbitância.

"Esclarecemos que configura equívoco calcular as despesas da Câmara dos Deputados a cada hora com base na mera divisão do valor total de seu orçamento pela quantidade de horas ao longo de um ano, na medida em que a previsão descrita no Orçamento da União abrange despesas relacionadas tanto a custeio quanto a investimento. A partir do raciocínio utilizado, é possível concluir, por exemplo, que o Poder Legislativo custa, por cidadão brasileiro, cerca de meio centavo de real por hora ou R$ 48 por ano", diz trecho da nota.

Castello Branco rebateu, dizendo que "não cabe nenhuma contestação". "Só mudaram o denominador e querem contestar o critério. E é claro que tem que ser calculado o custeio. Há custos com os funcionários, água, vigilância, o cafezinho, o papel, os computadores, as obras, os automóveis, a manutenção dos imóveis funcionais, está tudo somado. É um cálculo simples. É o orçamento anual das casas dividido por 365", disse.

Em resposta à reportagem, o Senado se limitou a mencionar seu Portal da Transparência, que foi visitado mais de 743 mil vezes no ano passado. O número de acessos subiu 55,1%, em relação a 2015. Fonte: Agência Brasil - 29/07/2017

Dez curiosidades sobre o beijo

Gesto faz parte do dia a dia de grande parte das pessoas, em algumas culturas mais do que em outras. Saiba que benefícios beijar traz à saúde, quantas bactérias são trocadas durante um beijo e outros fatos interessantes.

1. O recorde mundial absoluto de beijo foi alcançado por um casal da Tailândia: seus lábios permaneceram em contato durante 58 horas, 35 minutos e 58 segundos – enquanto comiam, bebiam e usavam o banheiro.

2. Um beijo comum faz o corpo queimar 6,4 calorias por minuto. Sendo assim, cada um dos membros do casal recordista queimou cerca de 22.500 calorias.

3. Mas nem sempre beijos são bem vistos. Em alguns lugares há até mesmo leis para impedir o gesto. Nos estados americanos de Michigan e Connecticut, por exemplo, é proibido beijar mulheres aos domingos, o Dia do Senhor. Em Maryland, também nos EUA, é proibido beijar por mais de um segundo em lugares públicos. No pior dos casos, descumprir a lei pode resultar em prisão.

4. A Alemanha ocupa a segunda posição na lista dos lugares onde menos se beija, atrás apenas da Suécia. Cada alemão dá, em média, quatro beijos por dia. Já os franceses e italianos adoram beijar, com uma média de sete por dia.

5. A filematologia é a ciência que estuda o beijo. Pesquisadores já descobriram, por exemplo, que dois terços das pessoas inclinam a cabeça para a direita ao beijar.

6. Beijar fortalece o sistema imunológico e retarda o envelhecimento. Além disso, somente o fato de pensar num beijo já aumenta a salivação e ajuda a combater o tártaro.

7. Em 90% dos países as pessoas se beijam. Como e por que varia de cultura para cultura. Os franceses, por exemplo, gostam de dar três beijos na bochecha ao cumprimentar alguém. No Brasil, dependendo da região, se dá um ou dois beijinhos, ou, como diz a sabedoria popular, "três para casar". Já no Japão, as pessoas só se beijam quando ambos querem sexo.

8. Beijar não é um gesto afetuoso com o qual as pessoas se acostumaram ao logo do tempo, mas fruto do instinto. O mesmo vale para orangotangos e outros primatas. Gansos também demonstram afeto ao encostarem os bicos, e elefantes, ao colocarem a tromba uns na boca dos outros.

9. Quando beijamos, mais de 100 bilhões de células nervosas são estimuladas. Hormônios da felicidade e adrenalina percorrem nosso corpo e fazem nosso coração bater mais rápido. A pressão sanguínea e a temperatura corporal sobem.

10. Durante um beijo, trocamos com nosso parceiro 60 miligramas de água, 0,5 miligramas de proteína, 0,15 miligramas de secreção, 0,4 miligramas de sal e até 22 mil bactérias. Fonte: Deutsche Welle - Data 06.07.2016

sábado, 29 de julho de 2017

EUA começam a responsabilizar traficantes pelas mortes por overdose

O traficante conhecido como EZ estacionou diante do ponto de seu fornecedor em Staten Island, voltou-se ao freguês ao seu lado e, segundo promotores, lhe disse em tom de quem se gaba que eles estavam prestes a comprar a heroína mais potente do mercado. Tão forte que um saquinho usado pouco tempo antes pelo pai de um amigo dele havia matado o homem.

"Não é tudo ótimo", disse o traficante, cujo nome real é Stephen Cummings, aludindo à potência da heroína "batizada" com fentanil.

O freguês era um policial à paisana que trabalhava com a promotoria pública do condado de Richmond para tentar prender um grupo de traficantes em atividade na costa norte da ilha. O policial usava microfone escondido, e a conversa entre ele e o traficante gravada em 3 de janeiro, falando da morte por overdose de Richard P. Zeifert, virou a prova número um usada no indiciamento de um suspeito traficante de Nova York que é alvo de várias acusações criminais, incluindo homicídio, o que é raro no caso de traficantes.

Enquanto a heroína e seu "primo" sintético, o fentanil, levam cada vez mais vítimas ao necrotério, os promotores estão se aventurando em território legal nunca antes navegado, como fizeram na década de 1970, para combater o flagelo.

As acusações criminais de homicídio doloso agravado e homicídio por negligência criminal registradas contra Cummings seguem os moldes de estratégias semelhantes empregadas recentemente por promotores no interior de Nova York e em Long Island. E também emulam uma ação movida há três anos pela promotora especial de narcóticos de Nova York Bridget G. Brennan, contra um médico especialista em controle da dor, Stan Xuhui Li, sentenciado a mais de dez anos de prisão.

Condenar um médico por provocar a morte por negligência de seus pacientes vai muito além de provar que um traficante de drogas fez o mesmo com um freguês, mas reflete a mesma abordagem, em que promotores combinam as leis atuais com novas ferramentas investigativas para combater a maré crescente de mortes ligadas a opiáceos. O promotor público do condado de Richmond, Michael E. McMahon, já aplicou essa tática em mais de 240 casos de overdose.

"Não estamos vencendo esta guerra", disse Brennan. "Precisamos fazer mais."

Os casos são difíceis de processar. Os promotores precisam vincular as provas médicas relativas às drogas consumidas a uma overdose fatal, algo que exige uma dissecação cuidadosa dos resultados dos exames de toxicologia. E precisam apresentar provas de que o traficante tinha conhecimento dos riscos associados às drogas mas as vendeu assim mesmo, algo que, segundo advogados de defesa, contraria o objetivo dos traficantes, que é angariar mais fregueses, e não matá-los.

Pesando essas táticas, os júris precisam levar em conta questões espinhosas, diferenciando entre dependentes químicos e predadores nas fileiras dos traficantes e decidindo se um traficante deve ser responsabilizado pela morte de uma pessoa que ingeriu drogas sabidamente perigosas.
Fonte: Folha de Sao Paulo - 26/07/2017  

Bactérias de tosses e espirros viajam 4 metros

As bactérias exaladas podem se espalhar por até 4 metros de distância da pessoa que espirrou e permanecerem vivas por até 45 minutos.

BACTÉRIAS ATIVAS
Passar nas proximidades de alguém que acaba de espirrar ou tossir de fato representa um risco sério de que você adquira uma infecção.
Isto porque os patógenos exalados podem se espalhar por até 4 metros de distância da pessoa que espirrou e permanecerem vivos por até 45 minutos.
A professora Lidia Morawska e uma equipe da Universidade de Queensland e da Universidade Tecnológica de Queensland acabam não apenas de comprovar esse espalhamento, como também mostraram que esses patógenos permanecem ativos, ou seja, com capacidade para infectar outras pessoas.
"Nós queríamos descobrir até que ponto as gotículas que transportam bactérias expulsas por espirros ou tosse viajam a essas distâncias e continuam sendo capazes de infectar outras pessoas depois de tanto tempo," disse Morawska.

BACTÉRIAS EM TOSSES E ESPIRROS
Para fazer um estudo detalhado, a equipe precisou desenvolver uma nova técnica que fosse capaz de monitorar as bactérias ao ar livre. Como modelo, foi usada a bactéria Pseudomonas aeruginosa, um germe multirresistente a antibióticos associado a infecções adquiridas principalmente em hospitais, quando são liberadas por tosse e espirros de pacientes.
"A maioria das pesquisas nesta área até hoje se concentrou em bio-aerossóis gerados em laboratório, ou gotículas no ar, que são diferentes das gotículas respiratórias naturais geradas pelos seres humanos em composição e nos mecanismos de produção.
"Nós desenvolvemos uma nova técnica para alvejar o envelhecimento a curto e longo prazos dos bio-aerossóis gerados pelas pessoas, sem contaminação do ar ambiente. Para demonstrar a técnica, as gotículas de tosse no ar foram coletadas de dois pacientes com fibrose cística e infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa," detalhou Morawska, cuja equipe também já havia conseguido mensurar partículas perigosas emitidas por impressoras a laser.

MEIA-VIDA DAS BACTÉRIAS
Os resultados mostraram que as bactérias nas gotas de tosse dos pacientes são neutralizadas em dois períodos diferentes.
"Nós descobrimos que a concentração de bactérias ativas nas gotículas secas mostrou decadência rápida com uma meia-vida de 10 segundos para a maioria das bactérias, mas um subconjunto de bactérias apresentou uma meia-vida de mais de 10 minutos," disse Morawska.
Meia-vida é o tempo necessário para que as bactérias ativas se reduzam à metade, o que significa que uma porção delas dura bem mais do que os 10 minutos de referência. Algumas foram detectadas até 45 minutos mais tarde.

"Tão logo as gotas de tosse atingem o ar, elas secam rapidamente, esfriam e se tornam leves o suficiente para permanecerem no ar. Elas também se degradam parcialmente através do contato com o oxigênio no ar, com as gotículas maiores levando muito mais tempo para evaporar, o que as torna mais resistentes ao decaimento e capazes de manter a viabilidade das bactérias por longos períodos," concluiu a pesquisadora.
Assim, em benefício da saúde pública, o mais adequado seria a disseminação da prática já vista nos países orientais, onde as pessoas que estejam tossindo e espirrando usam máscaras individuais para não passarem as infecções para as outras. Fonte: Diário da Saúde-21/07/2017

sexta-feira, 28 de julho de 2017

PF deflagra Operação Cobra e prende Aldemir Bendine

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira em Sorocaba, interior de São Paulo, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras. Bendine é suspeito de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e foi preso durante a 42ª fase da Operação Lava Jato. Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e o publicitário André Gustavo Vieira da Silva também foram detidos no Recife (PE). Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Esta fase da Lava Jato foi batizada de Cobra em uma referência ao codinome dado a Bendine nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, descobertas durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. A operação foi realizada um dia antes de uma viagem, aparentemente só de ida, de Bendine para Portugal. "Como ele tem cidadania italiana, consideramos que havia risco dele se refugiar no país", afirmou Athayde Ribeiro Costa, procurador da República, do Ministério Público Federal (MPF). André Gustavo foi preso no portão de embarque com destino a Portugal. A PF afirma que ele tinha negócios no país, tendo atuado inclusive em campanhas presidenciais.

Desde que começaram as delações de executivos da Odebrecht, Bendine está no radar da PF. O delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, contou que a empresa vinha sendo achacada por Bendine, desde a época em que ele era presidente do Banco do Brasil. O executivo estaria contrariado porque Marcelo Odebrecht tratava apenas com Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda) durante o Governo Dilma Rousseff, pois queria ter acesso às benesses do caixa da empreiteira.

Segundo o empresário Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, para facilitar alongar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial com o banco, Bendine teria pedido 17 milhões de reais em "pédágio".  Mas a empresa considerou que ele não tinha poder para decidir de forma ativa no contrato de financiamento do Banco do Brasil e negou o pedido.

A situação mudou quando Bendine foi alçado por Dilma à presidência da Petrobras, após a renúncia de Graça Foster, no início de 2015, uma vez que o grupo tinha relações profundas com a petroleira. De acordo com a PF, Bendine utilizava o nome da ex-presidente Dilma para tentar se aproximar dos empreiteiros. No entanto, não há indícios de que ela esteja envolvida com os crimes do executivo.

Os delatores afirmaram que Bendine e seus operadores financeiros pediram 3 milhões de reais pra não prejudicar as relações entre a Petrobras e a Odebrecht. Os valores seriam pagos em três parcelas. Marcelo Odebrecht assumiu em delação que cedeu ao "achaque de Bendine" porque a coisa mudou de figura. "O cara é nomeado por ela [Dilma Rousseff], recém-eleito presidente na Petrobras, e a gente cheio de problemas na Petrobras, Lava Jato (...). A gente não vai pagar 17 [milhões], mas vamos administrando", afirmou o empresário.

De acordo com a PF, aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht, quando a Lava Jato já estava em operação. Bendine renunciou a presidência da estatal em maio de 2016, após uma sucessão de escândalos que envolvia a Petrobras e em meio a um cenário em que a empresa apresentava um dos maiores prejuízos da empresa na história. Fonte: El País - São Paulo 27 JUL 2017